quarta-feira, 18 de maio de 2011
Um Poema
Na Morte de Ezequiel Martínez Estrada
Se o universo fosse limitado em suas combinações,
Caberia alguma esperança. Mas não há nenhuma.
Por isso lhe dou esta espécie de adeus,
Lhe assegurando que no rio dos meus acasos,
E nos de muitos como eu,
Há um que foi você.
E é esta a única imortalidade possível:
Que eu já não possa ser como era
Antes de o ter conhecido e querido muito.
Tudo não é mais do que um sopro:
Você, eu, o universo, mas
Já que existiu gente como você,
É provável, bastante provável,
Que tudo isto tenha algum sentido.
Por enquanto já sei: não baixar a cabeça.
Obrigado, e adeus.
Roberto Fernández Retamar
(Só Poema Bom - Paulo Hecher Filho)
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paulão, sempre gostei desse poema!
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