Assisti um filme de terror uma vez, em que ocorre um blecaute num cinema.
Ao retornar a luz, a maioria das pessoas da sessão haviam desaparecido.
Os sobreviventes pouco sabem, a princípio, o porquê daquilo.
Mas percebem que o fenômeno se deu no mundo todo.
Começam a entender que há uma escuridão, que cada vez avança mais e mais.
O sol, a cada dia que passa, surge mais tarde e a noite se prolonga.
Essa escuridão tem por finalidade encurralá-los e, por fim, devorá-los.
Começam a perceber também, que a única coisa que os pode salvar é alguma luz que, por
ventura, consigam manter acessa.
Um a um, são tragados pelas sombras, enquanto correm desesperados atrás de lanternas
e postes de luz, faróis de carros e baterias portáteis.
E dessa maneira que sinto.
Essa luz é tua humanidade.
E essa sombra é a barbárie se aproximando.
Tua vida vale menos que teus pertences e é facilmente tirada por causa de uma discussão.
Essa pequena e preciosa luz, que levamos milênios para criar desde que nos arrastamos
das obscuras cavernas da nossa animalidade, está desaparecendo.
Sendo engolida pela ignorância, pela indiferença e pela esperteza daqueles que já perderam
a sua chama.
E mesmo aqueles que estão no mundo apenas pela festa, quando esta acaba - se não estão
bêbados o suficiente - sentem o perigo a rondá-los, mesmo em seus carros.
Por isso entram assustados para dentro de seus condomínios.
Esperando alí estarem a salvo.
Esquecem eles que castelos já foram postos abaixo.
Enfim: este blog sou eu, correndo com uma lanterna na mão e cuja pilha está enfraquecendo.
Mas, como os personagens do meu filme, continuarei correndo até a escuridão me engolir.
Talvez encontre mais luzes pela frente e consiga espantar as sombras.
Você tem pilhas?
tá bonitaço este texto, paulão! dá força!
ResponderExcluirvou espalhá-lo o melhor que posso.
Paulo, não volte mais a trabalhar em escola. Quando estavas lá não saía uma linha. Tá, mas tu queres pilha pra quê? Brincadeira. Belo texto. O Whitman tem um poema em que ele diz mais ou menos assim " O que tu tocas camarada não é um livro, este livro sou eu". Pan.
ResponderExcluirPara não ser repetitiva, não direi que este texto está maravilhoso... .Providenciarei um estoque de pilhas...
ResponderExcluirComo a estória do menino correndo atrás de um balão levado pelo vento, até que descobre que ele era o vento...
ResponderExcluirNão fica procurando pilha, não. Num carece.
bj
Clarice
Meu amigo, tenho pilhas, mas o mais importante, também possuo uma lanterna. Talvez se juntarmos nossas lanternas o feixe de luz será mais potente, o que me diz? Vamos 'caçar' possuidores de lanternas por aí a fora!
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