Há pouco tempo, num jogo de vôlei, uma torcida inteira urrou a homossexualidade de um
jogador do time adversário, tentando desestabilizá-lo.
Era um jogo importante, se não estou enganado. Decisão de um título, acho.
Então é lícito que se perca o respeito por um ser humano.
Que se jogue às favas a dignidade de alguém.
Que se apele ao mais reles preconceito: Tudo pelo nosso time.
Já se vem fazendo isso há muito tempo neste país.
Aqui não se mata por direitos, mas por futebol.
Não se range os dentes para a injustiça mas para o adversário.
"Jornalistas" discutem seriamente um 0x0 medíocre entre jogadores medíocres.
Enquanto a violência e a falta de ética grassam nos gramados e mal são noticiadas,
homens feitos aguardam ansiosamente por uma copa do mundo.
E continuarão aguardando ansiosamente, no chão de uma sala de espera de um hospital.
E ansiosamente sairão a rua para trabalhar, temendo a falta de segurança.
- Não há dinheiro - dizem.
O que não há é vergonha na cara - digo eu.
Como ter esperanças ?
Antonio Abujamra diz que a esperança matou este país.
E não sei se cada povo tem o governo que merece...
(Embora muitas vezes pareça que sim).
Panis et Circences...
Nenhum comentário:
Postar um comentário