Ando sentindo falta de um raio de sol dos meus nove anos
Que encontrei refletido em teus olhos, dez anos depois.
E de uma brisa que roçou meu rosto aos quatorze,
E que voltou para brincar em teus cabelos quando te conheci.
De uma rua que desci, esperançoso, atrás dessa mesma brisa.
Como a antecipar-te quando, então, ainda nem presença eras.
Sinto saudades de um dia de chuva em que pensei no futuro,
E te sabias sorrindo em alguma janela.
E de uma tarde em que descobri a morte,
E que no entanto era apenas a janela vazia.
De quando o medo não era amargo, os sonhos sem desespero.
Dos trilhos de um trem nos ombros de meu avô,
E da minha vó pra sempre.
(Como isso me lembra de ti).
De quando pequei pela primeira vez - cinco ave-maria e um pai-nosso -
E de como soube que tu eras o pão e o vinho.
Hoje, cego e sem Virgílio, busco-te Beatriz.
Sabendo-me confinado ao nono círculo para todo sempre.
opa! acho que li um poema! e teu! é isso mesmo?
ResponderExcluirBelo poema,Quadros.
ResponderExcluireu sabia que seria lindo quando este casulo rompesse...
ResponderExcluiramo-te!
Lindo, Paulão!
ResponderExcluirUm abraço da Vivi