sexta-feira, 10 de junho de 2011

12 de Junho

 
     Émile Verhaeren.
     Do seu livro: As Horas Claras.

     Disseste aquela noite palavras tão bonitas
     Que sem dúvida as flores suspensas sobre nós
     Nos amaram também e uma, entre muitas,
     Nos caiu no colo pra tocar os dois.

     Falavas do futuro, quando os anos vividos
     Como frutos maduros se deixariam colher;
     E como quebraríamos o espelho dos destinos
     E como, ao envelhecer, nos amaríamos.

     Tua voz me enlaçava como um abraço querido
     E teu coração ardia tão tranqüilamente belo
     Que nesse instante eu teria visto sem receio se abrirem
     Os tortuosos caminhos que nos levam à morte.

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